"Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”
A Clarisse de novo dizendo tudo por mim. Sabe aquele hiato de inspiração que te toma tudo das mãos? Como se nada estivesse verdadeiramente sendo provocado, como se as coisas independessem de decisões e estivessem te atropelando todo dia? Como se a figura no espelho fosse uma imitação barata de você mesmo? Pois é. Será que abandonar a impulsividade nos torna menos originais de fábrica? Será que amadurecimento não o véu da incompetência, uma luva da covardia? Sei não, hein!