segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Saudade

Tem horas em que você estava, e não está, nem estará mais. Sinto falta do colo, da proteção, do calor. E tenho a impressão de que tudo, tudo, tudo o mais mesmo, ficou menos colorido depois que me tornei quem sou. E depois que parei de caber inteira no seu colo, depois que meus olhos enegreceram e meus braços ficaram quase ou tão mais longos que os seus. Quisera ser ainda menina, pra caber nos seus sonhos de pai. Quisera poder congelar meu sonhos e planos, e esperar até que você me amasse um tanto mais, sem desconserto, clausura ou distância. Quisera poder ainda prendê-lo a mim com meu amor. Proteger você da vida, como quis fazer comigo um dia. Quisera eu ser ainda o que era, pra ter o seu amor daquela cor, naquela textura, sem te saber humano e frágil. Não tenho mais senão essa lembrança de cheiros e abraços, senão essa mágica hora de me deitar pra você ninar e velar meus sonhos, senão a proteção daquele que não me sabe grande, que não quis me deixar crescer.

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