segunda-feira, 28 de junho de 2010

A vida acontece em cilcos, vertiginosamente. Hoje eu quero apenas "uma pausa de mil compassos"** pra contemplar o passar do tempo e o reafirmar de um mar revolto de sensações.
**Paulinho da Viola

terça-feira, 22 de junho de 2010

Thinking about...

Quem tiver os créditos dessa imagem, favor avisar a direção do cafofo. Tô tão cansada que hoje foi na base do copy-paste by google. Beijo me liga.

Não posso dizer que estou situada. Muita coisa ultimamente. Mas isso interessa tanto quanto o fato de eu não estar assistindo a nenhum jogo da copa do mundo, não saber o que o Dunga pensa da vida, não ter nenhum fio da meada pra um papo sobre favoritos ao título. Interessa tanto quanto eu ter ficado sabendo da morte do Saramago ontem, quando já tinha passado tudo. Tanto quanto eu estar sabendo dos humores e das dores do meu filho por telefone, não ter notícias do meu pai a meses, não fazer sexo nem amor a algum tempo. Não estar situada é tão absurdamente superficial quanto esse texto, quanto a greve total em Brasília, quanto o quinto rompimento de blá blá Júnior. Grave é o movimento das ondas do mar, inelegibilidades, desabrigados no nordeste, crescente massa de iletrados, proximidade das eleições 2010, buraco na camada de ozônio, sustentabilidade. Grave é não ter parâmetros pra sorrir o seu sorriso ou doer a sua dor.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

again

"Nada mais continua. Tudo vai recomeçar. E sem nenhuma lembrança das outras vezes perdidas"

(Mário Quintana)

Como quem recebe flores, como quem percorre o terreno dos sonhos, como quem crê no invisível, aguardarei um tanto mais. Enquanto houver força em meus braços esperarei pelo abraço forte que resgatará a energia imortalizada em nós. Enquanto esperar, esquecerei as friezas que visitaram teus olhos e das agruras que quase minaram tua fé. Deter-me-ei ante teu rosto suave, límpido, pleno de luz como quem recebe um magnífico presente. Teus braços erguidos diante de mim dirão imóveis que me queres e que olhavas o horizonte pedindo pra eu chegar. Enquanto não chega o dia, clama fortemente para que haja luz suficiente nas mudanças que se avizinham e que haja terra sob nossos pés e que queiramos caminhar lado a lado. Depois de ver meus olhos rasos aguardes um tanto mais e não te apresses muito o passo na minha direção. Quero te olhar de longe, saber do teu sorriso farto, do brilho dos teus olhos, do milagre e da grandeza de poder recomeçar.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Era uma vez...

Leonid Afremov - Bonded by the night
Era uma vez um sonho. E duas pessoas próximas que não se sabiam uma na outra, e que se entreolhavam sem medo e sem dor. Era uma vez uma amizade enorme e sincera e a distância que se perfez entre as almas e a saudade que começou a tomar conta de tudo e abraçar as vidas de ambos. Era uma vez o reencontro a despertar o desejo e a descoberta do beijo, da entrega, do amor, dos corpos, dos cheiros, das cores, de novíssimos tons. Era uma vez um sonho maior que não caberia no mundo, que reinventaria a plenitude, que desfaria das tristezas inaugurando flores a cada amanhecer. Era uma vez um tempo em que só havia sorrisos e planos, quereres e carinhos, amor e respeito, prazer e ardências. Era uma vez o erro. Era uma vez a lágrima, a angústia, a dor aguda de ser humano e de se ver novamente, completamente só. Era uma vez a autofagia, mil pedidos de desculpas, as mãos de pesados nãos. A chegada do abandono, a densidade do desencontro, a tristeza do rancor. Era uma vez o nó, a reticência no peito, o espaço aberto na vida, a gaveta branca de guardar lembranças doces e o delinear da solidão nos menores indícios de vida. Era uma vez o vazio em um lugar que era antes o sacrário do eterno amor...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mergulhando



O blog está a-ban-do-na-do. As leituras e releituras igualmente. São almas que conheço em corpos que nunca vi, mas que me fazem falta. É que por muitos meses eu esperei pela realização de um sonho que parecia absolutamente esquecido pelo universo em desencanto, e de repente ele se materializou em forças e tramas indesvencilháveis. Tenho mergulhado de cabeça nisso tudo e vim morar em Far away, feliz, feliz! Como sói acontecer com quem se entrega à aventura do jogar-se do alto em águas desconhecidas, estou inteiramente entregue: saí de onde estava de olhos vendados rumo a águas profundas. Da superfície eu nem fazia idéia das milhares de cores e formas que aqui se escondem. Sou o pai e a mãe da felicidade e sim, estou transbordante de força e luz. Posso dizer que embora a estrutura em Far away seja mais tênue que o fio da navalha, até que tudo se resolva eu darei sinais de fumaça de quando em quando. Quero deixar meu amor, carinho e gratidão às palavras lindas que tenho recebido mesmo no meu próprio silêncio: Érikah, Mari, Isaac, Charlie, Carlos, sempre queridos... e a nova e não menos querida Pipa, valeu, amorecos. Prometo com todas as forças do meu fôlego intenso que, tão logo possa, retribuirei cada afago à minha alma, ok?? Por ora deixo meus abraços, carinhos, beijinhos sem ter fim. Acredite no sonho, inspire mais uma vez. Você vai ver tudo o que realmente quer se realizar.

sábado, 5 de junho de 2010

Reinauguração



Que este tempo de esperas não me tenha secado por dentro. Que as lágrimas não me tenham drenado a doçura. E que haja tolerância pra aguardar que o céu clareie. Que a tempestade finda tenha oxigenado suficientemente o solo para que surjam em mim novas flores. Que seja possível sentir - enquanto escoam as águas e arrefecem essas nuvens pesadas - que nada foi por acaso afinal: que tantas lágrimas e ranger de dentes eram mesmo necessários; que tantos e tamanhos questionamentos não se esvaziaram em si mesmos, antes produziram fortes raízes -perguntas que não mais farei a mim mesma; respostas que reinauguram a paz. Que ainda haja sorrisos pros passantes, doses homéricas de senso de humor, alegria de coisas simples, flores na janela. Que eu ainda esteja em mim. Uma nova chance é tudo que espero... uma nova chance de ser e querer viver sem medo. Sono sem tarja preta, passos desvigiados, sorvete de limão no frio, chocolates quentes nas noites de verão. Lágrimas? Tem mas acabou. Que invertendo a ordem natural das coisas, se reinaugure a era das orquídeas não roubadas, gargalhadas fáceis, papos descompromissados, intensidades, gozo, lilases e carmins.