terça-feira, 12 de março de 2013

contra toda expectativa, vou viver

I, oh, I'm still alive
Hey I, oh, I'm still alive
Hey I, but, I'm still alive
Yeah I, ooh,
I'm still alive
Yeah yeah yeah yeah yeah yeah


Ao pé do ouvido. Pra você, coração.


Esse é um papo que eu preciso ter contigo a tempos. Chegamos a um ponto em que preciso pedir: por favor, deixe que minha cabeça tome conta dos espaços vazios, que me redirecione à dimensão verdadeira de mim mesma, das minhas capacidades, da minha força e da minha fé, que me console pelas convicções e certezas do que preciso lembrar e fazer. Ô meu querido, eu te conheço, sei das suas carências, da sua teimosia, da incapacidade de se render à razão, mesmo quando tudo está comprovadamente perdido. Sei da teimosia que te mantém perseguindo seus escolhidos com todas as forças e sei que não reconhece limites quando se apaixona assim. Sei que tem lutado tanto contra tudo que faz sentido, que me expôs a uma situação de risco absoluto, transpondo todos os sinais de perigo. Eu te trouxe comigo a vida inteira e por várias vezes te escutei sem questionar, mas hoje resolvi te dizer que não aguento mais. Estou aos trapos. Meu corpo e minha mente se cansaram de tal forma que já não posso mais te dar ouvidos. Aprenda alguma coisa com essa dor, coração... Permita que ele simplesmente se vá. Não era mesmo amor. Você vai sobreviver.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pequena



Eu sabia o tempo todo que podia machucar gravemente. De certo modo, relendo meus escritos, me preparei tanto pra isso que ateei fogo em tudo, agora vejo. Paciência. Ainda não processei completamente o alcance dos estragos. Ainda nem sei bem se fui mesmo eu quem quis, se as circunstâncias me levaram, se foi emoção ou eclodiu a sensatez. Por enquanto, me deixe aqui quieta, silente, só. Preciso parar pra saber se é amor.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eu desisti!


De verdade, não tô assim feliz, saltitante e satisfeita, afinal sinto que machuquei gravemente as mãos de alguém que, quer queira quer não, quero e sempre quererei muito bem.
Mas a vida é assim. Quando a coisa não tá legal, tornar-se novo, mudar, reagir, repensar, recomeçar é preciso!
Vambora. Sem pensar em nada de ruim. Cabelos furtacor.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Mergulho


Porque você me vem como uma brisa suave e depois preenche meus espaços com seus pormenores, expectativas e razões, irresponsavelmente.
Porque seu corpo, seu olhar, seu sorriso, inauguram tempos de ventos, tufões, tempestades, sol extremo, neve, calor.
Porque me toma nos braços e me beija com fúria e delicadeza, porque invade meu território e defaz dos meus limites e ultrapassa as barreiras que impus até aqui.
Por tudo isso e por seus olhos tão doces, quero crer que permanecerá por mais que apenas uma estação.
Apesar dos históricos de indícios e da sua "novidadeira" rotina, quero ser eterna também.
Ontem senti que a ameaça dos espaços vazios poderá ruir minhas estruturas e causar terremotos de diversos graus na escala richter... Seja o que for, mergulhei de cabeça e estou fundo demais. Não trouxe oxigênio. Não dá pra, de repente, simplesmente emergir.
O pior mesmo é a constatação de que, doa o que doer, minha vontade íntima é permanecer submersa.

quarta-feira, 27 de junho de 2012


Quando me apaixono, tenho esse fogo queimando o peito que não me deixa dormir! E quero viver mais, porque já me conheço o suficiente pra saber de mim. Sei que haverá mais momentos em que minha alma estará quieta e clara, e quero adiar... de modo que espalho sons por todos os lados, canto alto, rio à toa, uso boca escarlate, unhas pastel, olhos pretos, alma carmim. Preencho todos os espaços desse euforia evitando a literatura, que me vem farta com a dor do depois. Não é um amor. Pelo menos não apenas. É a surpresa de saber-me viva e pronta, o prazer da redescoberta de uma de mim que jazia silente e triste, num canto qualquer da alma. O que me entorpece e toma os sentidos é simplesmente o poder sentir. E que viva a ilusão da eternidade em abraços e beijos secretos, mensagens noturnas, olhares fugidios, carícias escondidas... que viva enquanto durar. Que viva o suficiente pra que haja lembranças fartas quando se instalar o tempo do silêncio e dos relicários de memória.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Das flores e de ti


Tenho janelas e portas abertas, luzes acesas, vento correndo suave pelas paredes da alma. Ornei a casa com flores muito belas, os olhos com esperanças, o corpo com porvires, a boca com anseios, as mãos com carinhos. E, fechado o ciclo dos senões e porquês, agora tenho na alma a sensação de reestreia que é quase doce, quase leve, e me deixa quase completamente tomada pelo torpor de bastar a mim mesma com as sensações que trago no peito.  Está tudo pronto. Pode vir. Senta aqui, olha pra mim e, prometo, a contemplação não há de permitir que eu perca uma só palavra. Dá-me tuas mãos e me abraça que eu vou reter os segredos do teu cheiro e do calor que vem de ti. Enquanto isso, contarei as tuas frases, perceberei tua cadência, teus tons, a recôndita intenção. Depois, perdida no reencontro, eu sei que vou sorrir.

domingo, 10 de junho de 2012

Agora


http://www.1000imagens.com/ - Tereza Fonseca


Agora que teus olhos me fitaram de tão perto, que as texturas do teu corpo já me são familiares, agora que teu cheiro entrelaça minha pele, que tua boca tatuou nas minhas entranhas os caminhos de tanto prazer... Agora que alcanço a ti e aos teus encantos, verdadeiramente... Gostaria de apenas poder fazer-te apaixonar desesperadamente. Mas a maturidade me cega (ou conduz) e impede que me entregue e me impele a dizer coisas sensatas e rir dos teus romantismos só pra te fazer mais menino, mais inseguro, um tanto mais suspenso nesse espaço-tempo de pomenores desconhecidos pra ti. Não sabes o quanto posso me apaixonar. Melhor que permaneças assim - ignorando minhas profundidades extremas. Mas intimamente quero te ser mistério e luz, saudade e segredo, lembranças e desejo. E espero também sair ilesa desse jogo que pode mesmo machucar. Por hora ficam teus olhos em mim, tuas mãos nos meus cabelos, tua pele na minha, as marcas físicas recentes de uma paixão consumada. Sem depois.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Society

When you want more than you have, you think you need...And when you think more than you want, your thoughts begin to bleed... I think I need to find a bigger place, because when you have more than you think, you need more space!
(Society)

Porque um dia, quisemos nos vincular apenas a verbos de ligação: (ser, estar, permanecer, ficar, continuar...) sonhávamos com a proximidade, lidávamos com contato físico o tempo todo, das brincadeiras às primeiras conquistas amorosas, passando pelas euforias, dores e conflitos dos ganhos e perdas. Era tudo sentido na pele. As invenções da sociedade o corromperam? Onde está agora o seu melhor amigo? Do outro lado da tela? E sua vida? Esvaziada pelo correr atrás de tudo o tempo todo? O que foi feito dos seus amores? Das relações do seu dia a dia? Quanto tempo tem se dedicado a sonhar com coisas reais? A sentir aromas e sabores, a aguçar o tato, a visão com as belas coisas que o cercam? Quanto você perdeu na tentativa de ter sempre mais? De quanto espaço a mais você já precisa pra guardar sua "tranqueira"? E o acúmulo de materialidades ajudou você com a administração da tristeza? Você ainda consegue assumir sua humanidade? Hum?



domingo, 8 de abril de 2012

Cara! A quanto tempo, hã? (sem figurinhas)

E desde então, tanta coisa rolou...
Minha Bi se descobriu com câncer, lutou (e permanece lutando), experimentou dores atrozes, silêncios profundos, redescobriu, igualmente o amor dos outros e por si própria. A luz depois de um tunel desses é bem mais tenra do que se pode imaginar.
Sobrevivemos, enfim. Mas nem tudo foram dores no tempo de ausências a que me permiti. Eu sou assim: parto e retorno com a doçura de quem nunca irá aprender de si o suficiente.
Acabo de me lembrar de uma frase da Clarisse que nem lembro de verdade... amanhã posto aqui o inteiro teor, mas em suma, ela diz que quem não tiver força pra enfrentar a vida, que se cubra de desculpas e coisas afins.
É isso. Tamos na área, camaradas. Por enquanto. Pra ficar.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Só ele mermo. Reflitamos, amigos.

"Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.

Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.

Vistos os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda?
Miúdas certezas de empréstimo, nenhum beijo
sobe ao ombro para contar-me
a cidade dos homens completos.

Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.
São tão fortes as coisas!

Mas eu não sou as coisas e me revolto.
Tenho palavras em mim buscando canal,
são roucas e duras
irritadas, enérgicas,
comprimidas há tanto tempo,
perderam o sentido, apenas querem explodir."
(Carlos Drummond de Andrade, Nosso Tempo, I)

Back to the...


Ah, vai, me dá uma chance... Nem faz tanto tempo assim.
Voo livre de volta, mergulhando na ausência de caos que o silêncio (e só ele) sabe proporcionar, tenho a dizer que, de fato, só as boas meninas fazem diários. As más não têm tempo.
Saudade de tudo isso.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Insone

Autor desconhecido (pra mim. se você souber é só avisar)

Tenho estado insone e quando passo noites em claro fico pensando coisas sem nexo, sem vírgula, livres de sujeito, predicado, objeto indireto, predicativo do sujeito, adjunto adverbial, agente da passiva - aos meus olhos, no escuro, são coisas lindas... Vejo as palavras escritas no espaço... no ar. Até que o computador acenda a luz de pronto, acabou! Vai como fumaça. Mas estou aqui, nos sinais de fumaça tentando abstrair a claridade e a chuva.

sábado, 12 de março de 2011

cadê?


Sim, eu me importo. É está muito difícil sentir a pele vaga ultimamente. A apatia é quase sólida e não me encontro em nenhum dos lugares prováveis. Inspiração? Tem mais acabou. Vontade de fugir, transpor a barreira entre mim e o nada que me cerca e destruir as imagens mentais que me mantém presa abaixo das expectativas. Não me atrevo nem a querer, sacumé? Tô doida pra achar um motivozinho pra sorrir que seja, e sei que é o extremo da ingratidão, considerando que tenho tudo (tudo????!!!). Melhor o silêncio que a reflexão carregada de mais perguntas impossíveis de responder. Assim sendo, aguardemos o refluxo da maré.

Natureza em dores de parto

Se a imagem tiver direitos autorais, favor avisar.

terça-feira, 8 de março de 2011

by the way

O amor não faz você enfrentar caminhos longos e tortuosos.
O nome disso é trio elétrico.
O amor é outra coisa.
fonte:@naoehamor, no twitter

Mulher


Por que tanto anseias se já és, em ti mesma, a essência da perfeição?
Por que tantas perguntas, tantos ecos, tantos ais?
Aprendas a viver encarando a ti mesma, tuas forças e fraquezas
E faças do sonho distante a maneira errante de ser feliz!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Natal reinventado


Faltam 4 dias para o Natal.
Hã-rã...
Eu não quero fazer apologia a nada, não quero combater nada, nem sugerir o que quer que seja, mas sinceramente, tá na hora de reciclar a própria idéia de natal. Sou eu ou o mundo tá chato pra cacete? Isso tudo virou comércio?? Puro??!! Sem nove horas? Juraaa? Onde eu estava enquanto isso acontecia?
Acho que estou envelhecendo; rápido.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A NASA divulgou que, desde o início da semana, estamos na maior chuva de meteoros dos últimos tempos. É assim mesmo: quase tudo o que brilha se decompõe antes mesmo de chegar ao chão.

Aproveita o vento



Depois de muito tempo sem nada de relevante a dizer, escutei uma frase simples que despertou esse meu instinto mais primitivo e a explicação, sem mais delongas, para o fato de eu estar, por assim dizer, fora do mapa: o cara falava sobre o tríplice significado da palavra muda: "muda" de sem voz, instrospectivo, buscando algo... "muda" de mudança, alteração, novidade... "muda" de planta, de coisa nova, de nova vida. Caramba, quando alguém tem algo de relevante a dizer, vai lá e te dá um tapa de um semestre na cara, sem delongas. Ele disse essa coisa triplicemente simples (com o perdão do neologismo que eu nem sei se pegou lá muito bem - sic) e cantou uma musiquinha cujo refrão alerta docemente:

"Aproveita o vento
sai desse tormento
parte pro céu da vida
pra aventura de se entregar
ao mundo, às pessoas, ao amor.

aproveita o vento
e muda essa cara
de poucos amigos
deixa a nuvem negra passar
que o sol derrama prata sobre o mar

quando o vento bate é bom saber
a medida certa pra voar
muita coisa vai ficar pra trás..."

Você não terá a mínima idéia se não for lá ouvir. No site tá facílimo escutar, e é uma delícia, recomendo fortemente. Então depois que escutar amoreco, você volta e me diz se o vento não está passando veloz...

domingo, 17 de outubro de 2010

Adivinhe quem é???



"Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”


A Clarisse de novo dizendo tudo por mim. Sabe aquele hiato de inspiração que te toma tudo das mãos? Como se nada estivesse verdadeiramente sendo provocado, como se as coisas independessem de decisões e estivessem te atropelando todo dia? Como se a figura no espelho fosse uma imitação barata de você mesmo? Pois é. Será que abandonar a impulsividade nos torna menos originais de fábrica? Será que amadurecimento não o véu da incompetência, uma luva da covardia? Sei não, hein!

sábado, 16 de outubro de 2010

Rá!

No comments

The Bet


Eu tentei inventar um texto, uma frase, um ponto, uma vírgula pra dizer deles. Apaguei zilhares de vezes porque simplesmente não posso! Sou impotente perante o amor. Um é nada menos que meu melhor amigo, meu irmão, meu colo, meu norte, meu pai e meu primeiro filho, minha inspiração e a referência quando a perco de vista. Outro é o amigo, grande amigo... de muitos anos, que mora longe (na verdade quem mora em far away sou eu), mas daqueles que eu não lamento por não ver direto e reto porque sei que, da próxima vez que o universo conspirar para que estejamos juntos, ele será o mesmo abraço, o mesmo olhar de sonhos, a mesma talentosíssima maneira de dizer tudo que quer e precisa e de liberar sentimentos entre acordes e sorrisos de canto de boca. Berns, Pês, tô aqui! Podem apostar! Que inspiração, hein?? As pessoas podem até prestar atenção em outras coisas, mas já vi vocês dois compondo e sinceramente, a parte de que mais gosto é aquela em que, terminada a explosão de cores e vozes e acordes e pensamentos não revelados, vocês se entreolham e se cumprimentam e sem dizer praticamente nada, sabem em segredo que redescobriram o caminho pro de dentro. Que depois de tantos caminhos percorridos, de tanta coisa vivida, tá tudo lá dentro, bem guardadinho! Que coisa boa de se ver!!!!!!

Ah, amores mios: Berns está de casa nova. Vá lá... e conheça o intimista LADOBE... corre música da boa nas veias desse meu irmão de fé!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pra você Guará


Se ainda não foi, vá agora! O Guará Matos (totalmente demais!) inaugurou o mais aconchegante e inesquecível happy hour de todos os tempos. Hoje saí de lá de alma lavada cantando com o Lobão e com uma tontura leve e fina graças a algumas doses do drink de limão (acho que é especialidade da casa). O dono blá (apelido carinhoso pra blablabla no telecoteco) é o anfitrião mais tudo que você puder imaginar. Caramba, ele pendurou quadros de Tarsila a Portinari nas paredes... só de olhar você se enche de inspiração! Mas eu gostaria de ter chegado na estréia - luminosamente estrelada por Cartola!!! Mas tem como viajar pra estréia e apreciar (vá lá pra você ver). Guará, querido, você não tem NOÇÃO do que fez com a minha alma hoje. Muitos vivas! Que sensibilidade... Senti-me em casa!!!!!!!!!!!! "Se eu ainda pudesse fingir que te amo, ai, se eu pudesse... mas não posso não devo fazê-lo, isso não acontece" Demaaaaaaaais! To-tal-men-te demais!

domingo, 19 de setembro de 2010

Segredo

Por causa da minha posição profissional não deveria dizer isso, mas respaldada por uma cláusula pétrea constitucional, eu direi.
1) O melhor debate de todos os tempos: vice-presidenciáveis.
2) São 12 os candidatos a presidente da república. Por que a mídia escolhe sempre 4???????????
Tem coisas que só a philco faz pra você.
Tenho dito ponto com ponto beérre. (Que tal, guará matos? Você que anda inaugurando novas casas poderia pensar no tenho dito ponto com ponto beérre, hãm? Tô dentro)

Para Erikah, Wanderley e cia ltda.


A Erikah postou um comentário tão absolutamente intenso no post anterior (o que não se manifesta como novidade, tendo em conta a sua rotineira forma de transcender o nada que nos cerca), que me fez pensar, e pensar, e repensar pra então concluir: "putz, não sou extraordinária assim, cara!". E então recordei a frase do Carlos Drummond "sem feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade". Verdade, viu Erikah e companhia ilimitada? Tive vários amores eternos que duraram alguns meses, outros improváveis casos que se tornaram casamentos, tenho um filho pequeno e às vezes simplesmente não sei o que fazer pra ser melhor pra ele do que sempre fui pra mim mesma. Tenho medos (das não-escolhas, essencialmente), alergia a esmalte (e o hipoalergênico sempre me chateia porque não brilha tanto, porque não dura o suficiente, porque custa dez vezes o valor que as mulheres não alérgicas pagam para terem unhas lindas), um meio-marido que não entendo, coisas, histórias e pessoas passadas que vez em sempre me revisitam sem motivo aparente. Tenho dores agudas nos pés quando fico tensa (ponto fraco dos piscianos, verdade! juro!) e passo horas a fio planejando como fazer aquela oração que vai salvar meu dia. Sou crédula e me perco entre lágrimas quando vislumbro boas coisas, pessoas generosas, novidades reais, imaginação fértil e sexo intenso. Portanto, a junção de marte e vênus vai sendo descoberta dia após dia e as quedas e cicatrizes é que tornam as pernas lindas! Celulites, estrias e o adeus do homem que você pensou que seria eternamente seu não são catástrofes reais. Ser feliz com todos os buracos dos pregos tirados das paredes da alma é que verdadeiramente fará de você uma pessoa leve. E digo mais: tá doendo? Vai passar. Ah se vai! E haverá um momento lindo na sua vida em que você sentirá de forma quase sobrenatural que apesar de... você está de pé. Isso, amores, fará com que Drummond tenha toda razão!
P.S: Sobre o Wanderley: captou a mensagem escrita bem lá no fundo dos olhos lindos do Chico, querido! Beijo na alma.
mais pê-ésses: Guará querido lindo, fofo, genial: irei ao bar do "blá", certamente e vou me deliciar, eu sei. Isaac, amore: também sinto saudade demais, mas a morte dela (a saudade) se dá na infinitude do momento em que leio você nas escolhas textuais mais sintonizadas ever!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Leve


Toma minhas fragilidades em teus braços fortes porque faz tempo, muito tempo... Agarra minha disponibilidade e aproveita, toma tudo isso pra si, porque uma palavra dita assim, no escuro da distância, não fere, mas apetece e cola os cacos (TEUS POBRES CACOS. ESTOU INTEIRA). Traze-me de volta à tona, à tua superfície, ao teu universo, porque tenho estado tão minha, tão solta, tão leve, que não caibo mais em tuas pequenas frestas, nem posso aceitar no alto de minha torre de amor próprio tuas parcelas de carinho. Toma, aliás, a ti mesmo, e anda rumo ao nada que escolheste porque eu, querido amor, amado amigo!!! Eu tenho estado leve, solta, entregue e feliz assim! Não tenho mais saúde pra te acolher (o que é de público, uma atrasada pena)! Mesmo assim, te surpreendas: estou como nunca, jamais, tempo algum impermeável à dor.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

psiiiiuuuu


Eu em seu lugar, não sondaria meus sonhos, não invadiria o sono, não andaria descalça pelas nuvens em meios-tons. Em seu lugar, me faria de tola, dormiria quieta como quem dá as mãos aos porvires, silenciaria medos e não perguntaria os porquês. É que em sendo você, teria medo das sombras, das lembranças e das cores, temeria até as esquinas, ondes, comos e quem encontrar. Durma quieto e não me faça perguntas para cujas respostas não estiver em perfeita forma. Porque do sono em diante tudo pra mim é mero deleite e pode ser que eu aceite o adeus sem abrir mão das minhas próprias promessas, das quimeras e das trevas reservadas para mim.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Paradoxal

A frase: "Um homem não entra duas vezes no mesmo rio.
Da segunda vez não é o mesmo homem nem o mesmo rio"
(Heráclito de Éfeso)

Paradoxos máximos: fogo e água; perder pra encontrar; doer pra então sarar; amar o outro pra ser um só; desejar e lutar e correr e não descansar pra então se ver cercado de paz e tempo. Foi assim e hoje posso falar na primeira pessoa do singular embora não tenha feito tudo sozinha: lutei, chorei, sangrei, sofri, desejei, corri, senti minhas dores atrozes, perdi até o rumo da minha própria alma e agora o que vejo em volta é a coroação da glória do voltar pra mim. Vamo que vamo que eu tô de volta. Visitarei cada uma das fofulências que me deixaram beijinhos e carinhos enquanto estive fora e por hora é só: tudo e mais um tanto de inspiração.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A vida acontece em cilcos, vertiginosamente. Hoje eu quero apenas "uma pausa de mil compassos"** pra contemplar o passar do tempo e o reafirmar de um mar revolto de sensações.
**Paulinho da Viola

terça-feira, 22 de junho de 2010

Thinking about...

Quem tiver os créditos dessa imagem, favor avisar a direção do cafofo. Tô tão cansada que hoje foi na base do copy-paste by google. Beijo me liga.

Não posso dizer que estou situada. Muita coisa ultimamente. Mas isso interessa tanto quanto o fato de eu não estar assistindo a nenhum jogo da copa do mundo, não saber o que o Dunga pensa da vida, não ter nenhum fio da meada pra um papo sobre favoritos ao título. Interessa tanto quanto eu ter ficado sabendo da morte do Saramago ontem, quando já tinha passado tudo. Tanto quanto eu estar sabendo dos humores e das dores do meu filho por telefone, não ter notícias do meu pai a meses, não fazer sexo nem amor a algum tempo. Não estar situada é tão absurdamente superficial quanto esse texto, quanto a greve total em Brasília, quanto o quinto rompimento de blá blá Júnior. Grave é o movimento das ondas do mar, inelegibilidades, desabrigados no nordeste, crescente massa de iletrados, proximidade das eleições 2010, buraco na camada de ozônio, sustentabilidade. Grave é não ter parâmetros pra sorrir o seu sorriso ou doer a sua dor.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

again

"Nada mais continua. Tudo vai recomeçar. E sem nenhuma lembrança das outras vezes perdidas"

(Mário Quintana)

Como quem recebe flores, como quem percorre o terreno dos sonhos, como quem crê no invisível, aguardarei um tanto mais. Enquanto houver força em meus braços esperarei pelo abraço forte que resgatará a energia imortalizada em nós. Enquanto esperar, esquecerei as friezas que visitaram teus olhos e das agruras que quase minaram tua fé. Deter-me-ei ante teu rosto suave, límpido, pleno de luz como quem recebe um magnífico presente. Teus braços erguidos diante de mim dirão imóveis que me queres e que olhavas o horizonte pedindo pra eu chegar. Enquanto não chega o dia, clama fortemente para que haja luz suficiente nas mudanças que se avizinham e que haja terra sob nossos pés e que queiramos caminhar lado a lado. Depois de ver meus olhos rasos aguardes um tanto mais e não te apresses muito o passo na minha direção. Quero te olhar de longe, saber do teu sorriso farto, do brilho dos teus olhos, do milagre e da grandeza de poder recomeçar.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Era uma vez...

Leonid Afremov - Bonded by the night
Era uma vez um sonho. E duas pessoas próximas que não se sabiam uma na outra, e que se entreolhavam sem medo e sem dor. Era uma vez uma amizade enorme e sincera e a distância que se perfez entre as almas e a saudade que começou a tomar conta de tudo e abraçar as vidas de ambos. Era uma vez o reencontro a despertar o desejo e a descoberta do beijo, da entrega, do amor, dos corpos, dos cheiros, das cores, de novíssimos tons. Era uma vez um sonho maior que não caberia no mundo, que reinventaria a plenitude, que desfaria das tristezas inaugurando flores a cada amanhecer. Era uma vez um tempo em que só havia sorrisos e planos, quereres e carinhos, amor e respeito, prazer e ardências. Era uma vez o erro. Era uma vez a lágrima, a angústia, a dor aguda de ser humano e de se ver novamente, completamente só. Era uma vez a autofagia, mil pedidos de desculpas, as mãos de pesados nãos. A chegada do abandono, a densidade do desencontro, a tristeza do rancor. Era uma vez o nó, a reticência no peito, o espaço aberto na vida, a gaveta branca de guardar lembranças doces e o delinear da solidão nos menores indícios de vida. Era uma vez o vazio em um lugar que era antes o sacrário do eterno amor...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mergulhando



O blog está a-ban-do-na-do. As leituras e releituras igualmente. São almas que conheço em corpos que nunca vi, mas que me fazem falta. É que por muitos meses eu esperei pela realização de um sonho que parecia absolutamente esquecido pelo universo em desencanto, e de repente ele se materializou em forças e tramas indesvencilháveis. Tenho mergulhado de cabeça nisso tudo e vim morar em Far away, feliz, feliz! Como sói acontecer com quem se entrega à aventura do jogar-se do alto em águas desconhecidas, estou inteiramente entregue: saí de onde estava de olhos vendados rumo a águas profundas. Da superfície eu nem fazia idéia das milhares de cores e formas que aqui se escondem. Sou o pai e a mãe da felicidade e sim, estou transbordante de força e luz. Posso dizer que embora a estrutura em Far away seja mais tênue que o fio da navalha, até que tudo se resolva eu darei sinais de fumaça de quando em quando. Quero deixar meu amor, carinho e gratidão às palavras lindas que tenho recebido mesmo no meu próprio silêncio: Érikah, Mari, Isaac, Charlie, Carlos, sempre queridos... e a nova e não menos querida Pipa, valeu, amorecos. Prometo com todas as forças do meu fôlego intenso que, tão logo possa, retribuirei cada afago à minha alma, ok?? Por ora deixo meus abraços, carinhos, beijinhos sem ter fim. Acredite no sonho, inspire mais uma vez. Você vai ver tudo o que realmente quer se realizar.

sábado, 5 de junho de 2010

Reinauguração



Que este tempo de esperas não me tenha secado por dentro. Que as lágrimas não me tenham drenado a doçura. E que haja tolerância pra aguardar que o céu clareie. Que a tempestade finda tenha oxigenado suficientemente o solo para que surjam em mim novas flores. Que seja possível sentir - enquanto escoam as águas e arrefecem essas nuvens pesadas - que nada foi por acaso afinal: que tantas lágrimas e ranger de dentes eram mesmo necessários; que tantos e tamanhos questionamentos não se esvaziaram em si mesmos, antes produziram fortes raízes -perguntas que não mais farei a mim mesma; respostas que reinauguram a paz. Que ainda haja sorrisos pros passantes, doses homéricas de senso de humor, alegria de coisas simples, flores na janela. Que eu ainda esteja em mim. Uma nova chance é tudo que espero... uma nova chance de ser e querer viver sem medo. Sono sem tarja preta, passos desvigiados, sorvete de limão no frio, chocolates quentes nas noites de verão. Lágrimas? Tem mas acabou. Que invertendo a ordem natural das coisas, se reinaugure a era das orquídeas não roubadas, gargalhadas fáceis, papos descompromissados, intensidades, gozo, lilases e carmins.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Musas - Cora Coralina




















Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas - pseudônimo: Cora Coralina
* 20/08/1889
+ 10/04/1985

Ela nasceu com a república, morreu antes que se promulgasse a Constituição Federal de 1988. Começou a escrever muito cedo, em 1903 (aos 14 aninhos) e publicava nos jornais de Goiás usando já o pseudônimo que a consagraria para a posteridade. Nos anos áureos da rebeldia e da paixão desmedida (1911), fugiu pra Jaboticabal, interior paulista. Imagine o que era fugir de casa aos 22 aninhos de idade, com um homem di-vor-ci-a-do queridos leitores e leitoras!!! Tragédia mundial pra família... Que atrevida apaixonada ela foi!!! Isso lhe rendeu muito sofrimento, porque o marido era um orangotango genuíno - muitos vivas assim mesmo (não por acaso, uma musa). 23 anos, 6 filhos e muitas brigas após (o marido até a proibiu terminantemente de participar da semana da arte moderna - foi convidada por ninguém menos que Monteiro Lobato), ela vai pra São Paulo Capital ser vendedora de livros numa editora (José Olímpio) que lançaria seu primeiro livro: "o poema dos becos de Goiás e estórias mais". Cora pra mim, representa o atrevimento doce daquela que espera pela realização de um sonho. Esperou como boa moça, o enterro do marido (que era de modos rudes e absolutamente contrário à liberação da musa) pra se descobrir como escritora, poetisa, mulher. São demais os encantos de seus escritos. Um parco conhecimento sobre sua vida torna ainda mais doce sua obra. Parecia estar sentindo sobre mim mãos muito suaves enquanto lia, e ficou difícil escolher apenas um poema, mas trato é trato. Deliciem-se.

ASSIM EU VEJO A VIDA

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.