sexta-feira, 6 de julho de 2012

Mergulho


Porque você me vem como uma brisa suave e depois preenche meus espaços com seus pormenores, expectativas e razões, irresponsavelmente.
Porque seu corpo, seu olhar, seu sorriso, inauguram tempos de ventos, tufões, tempestades, sol extremo, neve, calor.
Porque me toma nos braços e me beija com fúria e delicadeza, porque invade meu território e defaz dos meus limites e ultrapassa as barreiras que impus até aqui.
Por tudo isso e por seus olhos tão doces, quero crer que permanecerá por mais que apenas uma estação.
Apesar dos históricos de indícios e da sua "novidadeira" rotina, quero ser eterna também.
Ontem senti que a ameaça dos espaços vazios poderá ruir minhas estruturas e causar terremotos de diversos graus na escala richter... Seja o que for, mergulhei de cabeça e estou fundo demais. Não trouxe oxigênio. Não dá pra, de repente, simplesmente emergir.
O pior mesmo é a constatação de que, doa o que doer, minha vontade íntima é permanecer submersa.

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