terça-feira, 24 de novembro de 2009

By Marina W.

A quem interessar possa

Aqui em casa a gente não briga mais. Fazemos rave de D.R.

P.S.: Rave - festa de arromba regada a música eletrônica.

Bar pra comer











Esse bar é daqueles lugares que explicam por que vale a pena visitar São Paulo. Além de ser um misto de restaurante e pub, o lugar te oferece livros, um ambiente extremamente aconchegante (inspirado no Érico Veríssimo mesmo, que até assina a faixada), drinks com fama de impecáveis e uma cozinha que apelidada "confusion food", do respeitado Cheff Marcos Livi. Eu particularmente me apaixonei pela idéia deles, pelo lugar, por tudo. Lá servem nada menos que o prato campeoníssimo do concurso "Comida di buteco" SP/2009: ra-ba-da (eles dizem que é pirulito de rabada porque ela é cuidadosamente talhada pra parecer isso mesmo, servida solitária com um pequeno pedaço de osso) mergulhada numa polenta que parece super apetitosa acompanhada por (pasme) quiabo em picles e ovo de codorna preparado segundo os rigorosos ditames da cozinha espanhola (cozidinho por fora e molinho por dentro pra explodir na boca) acompanhado de creme e floquinhos de bacon. Tudo isso numa daquelas caixinhas de madeira que abrem na mesa toda paramentada (gostaria que tivesse fotos disponíveis pra eu propagandear). Mais charmosos ainda são os nomes dos pratos - todos eles inspirados em obras do Veríssimo. As comidinhas de bar, pra se ter idéia, são "Ed Mort e outras hitórias". Como o slogan deles: "definitivamente, um bar pra comer e não um restaurante pra beber"!

Eu me-re-ço assistir esse filme mas só houve uma pré estreia em São Paulo.
P.S.: Depois do acordo ortográfico, palavras como esta aí em cima ficaram horrendas, neám?

Daqui

Está vendo? Ultimamente não tenho escrito nada sobre mim. Busco noutras bocas as palavras que quereria dizer a mim mesma como consolo, como resposta. Sinto-me como que suspensa no espaço de sonhos que construí praticamente sozinha. Do oceano de expectativas que havia, resta-me pouco mais que um fio d'água estagnada, que não se mistura, não movimenta, não flui; apenas evapora com o calor das contradições e abandonos, dos desrespeitos e das desatenções, deixando-me sem oxigênio pra subsistir. O sal das lágrimas não tempera futuro. Nunca temperou. Mas são tudo que tenho assim que as perguntas que faço a mim mesma retornam irrespondidas e minha pele resta ressequida e as finas rendas com as quais eu costumava adornar sorrisos, jazem abandonadas num recipiente hermético no canto de um cômodo dessa enorme casa vazia que se tornou a distância entre nós dois. Não me lamento. Gostaria apenas de saber qual desses seres que me cercam é o verdadeiro você. Se, apesar dos pesares, ainda o quero comigo. Se sob as dores haveria ainda a razão primeira de termos chegado até aqui. Nunca temi a possibilidade de me lançar no oceano mas hoje temo que, mergulhada a sós nesta porção ínfima de água, só me reste esperar o fim.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009





"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos."
Clarisse Lispector
*1920 + 1977

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Cortar o tempo

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão pra qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente!"

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

É mais chique postar a foto sem dizer nada.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Irretocável

Sobre a confusão desrespeitosa na UNIBAN - Contardo Calligaris


"As turbas têm um ponto em comum: detestam a idéia de que as mulheres tenham desejo próprio.
...700 aulos da UNIBAN saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa. ... é o ódio do feminino - não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da idéia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio. Estupro, pra essas turbas é o grande remédio: punitivo e corretivo. "

Cautela

Quando o assunto é sério, todo silêncio é pouco. E digo isso porque o mundo gira, a vida espreita suas ocultas intenções do alto da sabedoria de quem nada deve. Ele segue registrando e você segue tentando, com as armas que tem, não dar tanta cabeçada. Mas erra de novo quando emite a palavra ferina, ou acredita na frase de amor inventada no momento de distração. E depois que a palavra sai, ela gruda em você e no emaranhado de ocorrências que ela desencadeia. Dizer do sentimento é privilégio de quem tem bala na agulha o suficiente pra saber o que quer, quando quer, como quer. E quem não sente mas acha ou finge que sente, na verdade não tem muita noção de que vai sair por aí atirando em gente inocente, criando cenas para o próprio deleite (ou tem sim, mas não se importa em tentar). O que você diz tem uma carga enorme e chega de maneira sutilmente diversa pra quem ouve conforme o momento por que passa o ouvinte. Assim, 'eu amo você' pode significar o cumprimento de uma obrigação protocolar e um 'tudo bem? como vai?' pode ter ares de 'amor para sempre'. Cuidado com o que diz porque ainda não inventaram borracha que apague palavra.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Conflituosamente

Manuela Pinheiro

Deram-se o enésimo abraço entre risos contidos, pensamentos contritos, corpos resetados. Já não tinham nas mãos a mesma sensação confortável de não ter que escolher. Ele já não tinha mais a certeza de que viveu o possível, p.t. saudações, agora acabou. Ela por sua vez, despachara a zona de guerra entre seus pensamentos e suas ações para inaugurar-se inteira naqueles braços de abraços e carícias e nenhuma cobrança, dúvida ou contenção. A palidez das tardes de domingo, o gosto morno dos dias sem paixão, sem desejos, sem pecados ocultos, sem segredos inconfessáveis por sobre faces enrubescidas haviam terminado para ambos. Ainda assim comungavam a culpa de viver o amor reconditamente e a dor de não se dar as mãos, não se olhar nos olhos, não se abraçar diante dos passantes. A euforia já dava lugar à dúvida e não sabiam se, um pro outro, valiam bênção ou pesavam maldição. Têm hoje em si, todas as reticências do universo guardadas no silêncio dos olhos, na calidez dos abraços, nas lembranças, nas palmas das mãos.

Sempre Chico

Contigo aprendi a perder e achar graça/pagar e não dar importância/contigo a trapaça por trás da trapaça/é pura elegância/se deres por falta do teu riso esperto/dos teus sortilégios/entende e perdoa/eu ando nas ruas com o sol descolado da tua pessoa.

Trapaças
ui!

Apagão

é phoda!!!!
sacada bacana extraída do meme yahoo!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

ôps!

Imagem de autoria ignorada

Surgiram um para o outro como uma explosão de energia: indesprezavelmente. E como nascem supernovas, o fitar dos olhos e o toque suave de seus corpos reproduziam a energia de mil sóis. Os beijos reais e imaginados desmembravam e reorganizavam prótons, íons, nêutrons, produzindo um confuso frenesi regado a todos os elementos da tabela periódica. Sabiam-se antes em si mesmos e depois da fusão já não se reconheciam na instabilidade do desejo incontido e temiam por isso sós, que toda aquela fúria contivesse o brilho e a radiação das inevitabilidades e então chegasse momento de apagar as cores, reequilibrar as forças, reorganizar as vidas. Como desaparecem estrelas explosivas. Como padecem supernovas.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Clarice Lispector

...que minha solidão me sirva de companhia
que eu tenha coragem de me enfrentar
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.

Embora pra mim quase todas sejam iguais

do sempre festejado meme yahoo!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Momento mulherzinha

Lancôme Paris - Virtuôse
(jura que curva os seus lindos cílios a 100º durante todo o dia)
Agora me diz se você pode mesmo viver sem isso!
Da série precisamos muito ponto com ponto beérre.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Deleite

Estava aqui buscando livros pra minha cesta de coisas a adquirir no fim de ano (porque eu também sou de carne e osso) e me deparei com cousas maravilhosas, então, no baú:
- A gota de sangue - hsitória do pensamento racial - Demetrio Magnoli
- Não tenho culpa da vida ser como ela é - Nelson Rodrigues
- Ulisses - James Joyce
- Guerra e paz - Leon Tolstoi
- Madame Bovary - Gustave Flaubert (não, eu ainda não li)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Into the wild

Você tem medo de quê???
Se teme ficar só com seus pensamentos, ou se a vida te parece um simples jogo de conveniências em que se deve mais e sempre agradar que ser feliz, o que é mesmo que te faz crer que merece companhia de outras pessoas? Por que vale a pena morrer? Para que tornar-se-ia necessário viver? Não é apenas mais um filme. É a vida real com todas as portas escancaradas para aquilo de mais recôndito de dentro. Ele renunciou a tudo aquilo que a sociedade silenciosa e hipócrita impunha (our crazy agreement) pra buscar aquilo que muitos de nós nem ousa crer que subsiste: a essência de si próprio. Putz. Da série - coisas para passar a vida pensando...