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Surgiram um para o outro como uma explosão de energia: indesprezavelmente. E como nascem supernovas, o fitar dos olhos e o toque suave de seus corpos reproduziam a energia de mil sóis. Os beijos reais e imaginados desmembravam e reorganizavam prótons, íons, nêutrons, produzindo um confuso frenesi regado a todos os elementos da tabela periódica. Sabiam-se antes em si mesmos e depois da fusão já não se reconheciam na instabilidade do desejo incontido e temiam por isso sós, que toda aquela fúria contivesse o brilho e a radiação das inevitabilidades e então chegasse momento de apagar as cores, reequilibrar as forças, reorganizar as vidas. Como desaparecem estrelas explosivas. Como padecem supernovas.
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