Quando um turbilhão toma corpo e mente remete teus passos a uma estrada antes explorada (mas não o suficiente), destina teus sentidos a uma só direção e isso se repete insistentemente durante todo o dia, será euforia? Fitar novamente o mar em fúria nos teus olhos, sentir o cheiro delicioso do teu pescoço num cumprimento que parecerá inocente e silencioso, saber-me mais uma vez perdida no novelo de braços e abraços, rosto, gesto, gosto, riso de canto de boca. Nenhuma declaração. Deus me dê assistência técnica. Qualquer distração e me jogo de novo em ti. Véspera de insanidade. Delícia saber que ainda reside em mim, renitente, outra de mim que me fez trilhares de vezes mais feliz. Isso me basta, e eu saberei, ainda que não profira palavra.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Na real e na boa
"O primeiro humano que insultou seu inimigo em vez de atirar-lhe uma pedra, inaugurou a civilização"
(Sigmund Freud)
Com o perdão da gíria estapafúrdia, tenho que dizer, porque preciso, que a humanidade está cada vez mais distante do que foi feita pra ser. Claro que é só um ponto de vista - existem vários, eu sei. Ultimamente tenho estado às voltas com um impasse num concurso público e assisto um espetáculo lamentável de acusações, brigas, ofensas, visíveis desejos de que o outro (preferencialmente aquele classificado uma linha acima de você) se ferre! Putz... O pior é que ínfimos 0,19 pontos separam o primeiro do último classificado no caso da minha região. Quer dizer, tudo foi muito equilibrado, todos os que constam das listas poderiam ostentar o título (sic) de concurseiros assíduos, atentos, de gente que realmente quer e sabe muito bem o quê, tals... mas com raras exceções, nessas horas o ser humano decide é puxar o tapete debaixo dos pés do outro e quanto maior a queda, proporcionalmente mais brilhante o sorriso na face do outro lado da tela. Isso suga energias. Mundo fortemente desgastante.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Top of mind dos poemas da minha vida!
Vinícius de Moraes
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu troxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, de céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
In: Forma e exegese
In: Antologia Poética
In: Poesia completa e prosa: "o sentimento do sublime"
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Tô indo
Essa foto é uma obra prima daqui - Oikos Agência de Imagem
Contagem regressiva e o peito aberto em soluços... de saudade.
Contagem regressiva e o peito aberto em soluços... de saudade.
Assinar:
Postagens (Atom)