Uma amiga muito querida, casada há pouco mais de uma década, descobriu que a vida havia mudado pra ela todas as perguntas. To-das. Ela se flagrou sem nenhuma resposta e quis partir porque quis revelar-se a si mesma e sabia de sua própria força. Não encontrando apoio pra reafirmar seus instintos, sua intuição, suas ânsias, seus desejos irrealizados, parou e pensou mais um pouco, e permanece à beira do abismo que quer demais saber onde vai dar. Pensando sobre isso tudo, vejo que o socialmente aceitável é o não-querer, não-desejar, não-arriscar refazer o caminho, porque para os seres amolecidos pelas quedas, é infinitamente mais fácil deixar acontecer, ainda que nada esteja acontecendo. Penso comigo que ela vai continuar se perguntando, anos após o despertar de suas próprias vontades, se tomou a estrada certa. Onde a levaria a loucura de buscar suas respostas? Amadurecer dói nos ossos. Permanecer também.
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