sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Forte


Eu que sem saber te esperava, e desejava teus olhos de espaços e tempos, a fúria doce dos teus beijos, o cálido som dos teus passos. Eu que me guardava num quarto escuro, que roía as unhas do tempo temendo a dor de despertencer. Eu que me guardava pra mais tarde, trazia nos olhos sorrisos tristonhos, segredos medonhos, desejo de amar. Que desconhecia a mim mesma, que ao desabrochar fui ferida, que ao despertar fui contida, que ao me dar, mais sofri. Agora me vejo em teus braços, tua mão na minha pelos arredores da praça, o sal de todos os mares pra eu navegar em teus olhos, temperar tua boca, preparar meu corpo pra descobrir o teu. Tuas mãos que não eram ainda minhas, agora estão tatuadas no meu corpo e ora me rio, ora contemplo a leveza de estar sem chão, no céu, nas nuvens, lá onde nasci pra viver, sem espaço nem tempo, nem loucura, nem medo, nem adeus, nem dor. Um suspiro apenas e o ar do mundo todo me pertence e cabe em mim essa desmesura de limites, esse abarcar de firmamentos, uma envergadura de oceanos. Amo-te assusta. Assusta-te! E, por favor, recebe esse tudo infindo com mãos e braços e abraços, com beijos, carinhos e carícias, com cheiros, risos e mimos. E cuida. E deita teus olhos nos meus olhos como antes nunca fizestes, porque essa coisa de amar, só serve, só toca, só fica, só arde em permanência e só eleva e cativa, gratifica e alimenta, só vale a pena se for DEMAIS!

Nenhum comentário: