segunda-feira, 29 de junho de 2009

Segredo

Não tenho os créditos da imagem! Quem souber, por favor, informe!


E que o tempo passe, e que os sinos dobrem e que os invernos assombrem e que as primaveras inspirem, que as dores calem, que as pessoas se afastem, que as violetas murchem e que inventem dúvidas atrozes sobre mim. Meu tesouro escondido é singelo, leve, sutil. E haverá sempre um quinto motivo da rosa, uma caixa azul guardada em segredo com as sensações intactas daquela manhã de surpresas, a doce lembrança de olhares, os pedidos sussurrados na praça, a rosa vermelha nos cabelos molhados, toque de anjo nos lábios e olhares preguiçosos entre carinhos assim que nutridos os caprichos do amor. Cartões de aniversário, beijos suaves no escuro, telefonemas trocados à distância sem trégua, reencontros inesquecíveis, pedidos de "para sempre", um sim que quase foi dito. A lágrima guardada. Congelamento do porvir. Tudo em você me pertence nesta medida. Não há antídotos contra lembrança do que poderia ter sido. E mesmo cortando tempo, enganando dores, acariciando monstros, acalentando flores, alimentando esperanças, trarei no peito a marca indelével do eterno possível na memória. Secreta, vertiginosa, silenciosamente.

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