quinta-feira, 28 de maio de 2009

Florbela Espanca

* 08/12/1894 +08/12/1930


Flor D'Alma da Conceição Espanca nasceu em Portugal. Foi concebida fora do casamento do pai mas, abandonada pela mãe, foi criada pela madrasta que a adotou ainda muito jovem. Desde seu primeiro poema aos 7 anos (Vida e Morte), revelou sua preferência pelo tom melancólico e sua precocidade literária. Causou estarrecimento geral desafiando as rígidas regras morais da época, ao ingressar no ensino secundário (isso era proibidésimo, mas o pai dela era do bem e mudernoso) e com sua vida amorosa conturbadíssima - nada menos que 4 casamentos desfeitos. Na última separação, até a família dela cortou os laços, acredita? O "ó" foi que, infelizmente, acabou ficando neurótica de vez, o que a levou ao suicídio no dia de seu aniversário, 36 anos depois. Marcou época, essa musa. Mas olha só que doçura e leveza ela foi capaz de extrair disso tudo:
?!
Se as tuas mãos divinas folhearem
As páginas de luto, uma por uma
Deste meu livro humilde; se poisarem
Esses teus claros olhos como espuma
Nos meus versos d'amor, se docemente
Tua boca os beijar, lendo-os, um dia;
Se o teu sorrir pairar suavemente
Nessas palavras minhas d'agonia
Repara e vê! Sob essas mãos benditas,
Sob esses olhos teus, sob essa boca
Hão de pairar carícias infinitas!
Eu atirei minh'alma como um rito
Às trevas desse livro, assim, ó louca!
A noite atira sóis ao infinito.
(Trocando Olhares. 1915)

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