quarta-feira, 28 de outubro de 2009

acontece

Daqui ó: http://icanread.tumblr.com/page/2

Porque descobriu que a espera vicia foi que se permitiu pousar naqueles braços. Ela queria muito mais que a paisagem em seu caminho, e foi assim que admitiu ter visto brilho em seus olhos e consentiu no encontro dos desejos mais recônditos entre mundos tão díspares. Mas não foi o consentimento ou a coragem ou o risco, tampouco a essência adocicada que exalava de seus corpos que a fez pairar feito tonta sobre suas novas possibilidades: foi a surpresa de se ver entregue como apenas ouvira dizer. Seu mundo antes previsível e adequado transformara-se aos poucos num ambiente em furta-cor cujo desfecho arrebatador pode levá-la ao extremo oposto do caminho. E pode ser efêmero, ela bem o sabe. Ainda assim se ri dos passantes, dá de ombros aos julgamentos, zomba dos próprios limites. No fim ela precisa apenas se reinventar.

sábado, 24 de outubro de 2009

tem mas acabou

- água ou adoçante?
-...
-????
- vidro moído, tem?

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Andar com fé eu vou

Yahoo! Meme

Fim de semana de observar as estrelas ... de dentro.
porque - sempre não é todo dia.

Não precisava

Maravilhosa arte de Leonid Afremov
Não precisavas falar tão alto. Bastava dizeres e eu entenderia. Não precisavas proferir a primeira palavra com a conclusão na cabeça. Eu exporia meus pontos de vista, ouviria os teus e daria tudo certo. Não havia a menor necessidade de verteres um possível bom momento num desastre completo. Era só deixar anoitecer e eu aguardaria teus braços circundando meu espaço sem palavras. Não precisavas acreditar tanto na miséria humana da incompreensão, nem penhorar seus olhos, seus sonhos ou seu coração na certeza vã do que viria depois. Era só crer - uma vez - na minha saudade, no meu amor, na minha espera que não enchergas, mas que jaz no meu peito feito pluma, feito bruma, feito neve derretendo. Não precisavas brigar. Era só te entregares em confiança. Não o fizeste e agora estou aqui. Duro silêncio.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O que dizer do amor?

Mas que será o amor senão essa sucessão de sons e cheiros, esse tilintar de estrelas nos olhos, vertigens e calafrios, esse querer desmesurado, esse conflito por ficar ou partir? Onde estará o amor senão nas palmas das mãos daquele que bem-te-quer, nos lábios que realizam sonhos, na distância de mil dias que materializam saudades, na simplicidade do dia a dia, nas descobertas silenciosas? O que esperar do amor senão que te faça sorrir, que te permita conhecer a si mesmo e ainda assim se perder nos braços de outro alguém? O que querer dele senão que esteja, permaneça, retorne sempre mais arrebatador pra te provar que existe alegria, que qualquer relis mortal pode sim, ter um jardim nos olhos, orquídeas nos braços, sussurros na alma ao meio dia? O amor pode ser construído como se faz em poemas, nas cenas dos filmes, nos romances inventados? Ou ele nasce com um quê de mistério, nos olhos de um ilustre desconhecido cuja presença e permanência não se pode ignorar? Como lidar com a dúvida permeando os dias inglórios em que não se sabe do amor? O que será? Onde encontrar? Como plantar? Como (es)colher? O que pensar? O que dizer do amor???

sábado, 10 de outubro de 2009


Sem título, sem imagens, com razão.

Cercada de todos os lados - insuportavelmente só. Espontânea pra qualquer padrão - estrondosamente silenciosa. Resolvida, absoluta, objetiva - pequena, insegura, carente. Você anda à flor da pele e nem sequer tem percebido o preço da sua busca incessante pela alegria (ou o foco dela). É como se todos os pedaços de chão abaixo dos seus pés se perdessem e suas crenças antes tão inquestionáveis e aquela coragem fumegante e seus argumentos bem fundamentados e seu conhecimento pragmático tivessem cedido lugar a esse ser relutante, hostil, detestável. Percebe afinal que, na verdade, as pessoas não desejam que você mostre verdadeiramente o que deseja, o que procura, o que quer. Ninguém suporta o escandaloso escarlate do corpo descoberto de pele, da carne à mostra, do egoísmo necessário ao autoconhecimento. Tudo pede de você a delicadeza dos que passam desapercebidos, dos que silenciam diante dos gritos, dos que se contentam com o que foi dado. E você tem tentado não incomodar com soluços, mas decididamente tentará mais um tanto: mostrar-se menos, querer menos, escavar menos pra encontrar menos perguntas, e então menos se aborrecer, aceitando, finalmente, tudo aquilo que lhe ocorre como tendo sido merecido, justo, obrigada. Estará lamentavelmente matando a máxima abstração de si mesma, a máxima descoberta, a deliciosa sensação de ter tentado até o fim. Por absurdo que pareça - há placas de "proibido querer" nascendo de sol a sol.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Nossa hora e nossa vez!

Rio - Sede dos Jogos Olímpicos de 2016!
Muitos vivas!!!!!!!!!!!

O amor acaba

Populares - yahoo meme!


O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois de uma noite voltada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; (...) ; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; pra recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

(Paulo Mendes Campos. In: crônicas líricas e existenciais. 2ª edição, RJ: Civilização Brasileira, 2000, p. 21-22).

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Imagem do MEME yahoo!

Eu a amo do único amor de verdade, e hoje te sei por inteiro -uma flor no deserto de tantas e tamanhas tempestades de areia! Algumas das minhas maiores dádivas são seus olhos doces - embora diretos; sua espiritualidade - inarredável; seus ensinamentos; seus exemplos claros; sua atitudes seguras - embora nem sempre fáceis; suas palavras constantes -embora nem sempre dóceis; a magnitude de sua presença física, mental, espiritual. Por isso é que estou contigo hoje mais que nos outros dias. Sua dor é minha dor, sua espera, a minha ansiedade. Quereria estar eu mesma no seu lugar, e te livrar de todos os frutos das indiferenças plantadas antes, muito antes daqui. E restaurar suas cores vivas, seus ocres, lilases, púrpuras e escarlates. Restaurar os tons da sua inocência, capturar oss tons e matizes da limpidez que te residia a alma. Hoje sendo mãe, sou mais filha, mais intensa, um tanto mais prudente e maior. Mas meu desejo é saber de mim como sei de você: completa, inteira, absoluta, indescritivelmente forte e invejavelmente segura de si. Deus esteja contigo. Agora. Depois. Antes. Sempre. Eu estarei logo.