Não precisavas falar tão alto. Bastava dizeres e eu entenderia. Não precisavas proferir a primeira palavra com a conclusão na cabeça. Eu exporia meus pontos de vista, ouviria os teus e daria tudo certo. Não havia a menor necessidade de verteres um possível bom momento num desastre completo. Era só deixar anoitecer e eu aguardaria teus braços circundando meu espaço sem palavras. Não precisavas acreditar tanto na miséria humana da incompreensão, nem penhorar seus olhos, seus sonhos ou seu coração na certeza vã do que viria depois. Era só crer - uma vez - na minha saudade, no meu amor, na minha espera que não enchergas, mas que jaz no meu peito feito pluma, feito bruma, feito neve derretendo. Não precisavas brigar. Era só te entregares em confiança. Não o fizeste e agora estou aqui. Duro silêncio.
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