Há tanta poesia na dor que dizem por aí que ela vicia. De mãos dadas com a solidão (esse mistério personalíssimo que se encerra em algum lugar inacessível no de dentro), a dor induz à sensação inenarrável de se esvaziar para se preencher daquilo que falta. E o fenômeno há que ocorrer sem muita assistência técnica. Porque nem mesmo o amigo mais íntimo consegue trespassar seu peito aberto. E você perde muito, muito sangue mas perceberá brevemente que o coração não parou, você não morreu, apenas inaugurou mais um acesso ao salão dos seus sortidos e laboriosos limites e seus horizontes se alargam um tanto mais e você passa a se divertir com a efemeridade encoberta em cada começo. Eis que surge o mistério da fé. E da crueldade (algumas pessoas tendem a divertir-se daí em diante, subjugando incautos à mesma sensação). Autoconhecimento. Viagem lancinante.
2 comentários:
Viagens...tantas faço e tantas sinto que ainda preciso fazer.
De repente é isso, estou indo ao meu encontro.
Bjs.
Olá Belle
Uma viagem dentro de si mesmo, encontrando coisas que até então desconhecia. Belo texto e imagem.
Beijos
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