terça-feira, 16 de março de 2010



Poderia clamar por amor. Pensando bem talvez ficasse muito bem entre minhas frases um pedido deliberado de amor... pareceria, quem sabe, que fui acometida por uma febre incontida e, sem remédio, tivesse me rendido à dor inventada de que tantos pensam que sou feita, só pra pedir: "fique" ou "volte"! Acontece que não quero. Peço apenas que pare um instante no meio do dia e sinta novamente minhas mãos pousadas sobre a face. Permita-se receber meus beijos envoltos em paixão e carinho e saiba do seu corpo entregue ao indefinível. Mais do que "fique" ou "volte" peço que permaneça assim por alguns instantes, preso entre meu polegar e o indicador, de olhos cerrados, respiração sôfrega, coração apressado e medo de ir-se pra esse lugar distante onde foi parar. Você sentirá a pele irrigada e arrepios em espiral brotarão por todos os lados. Ainda que por instantes, permaneça. Eis a prova do infinito que há em nós. Esse, meu único possível pedido de amor.

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