quinta-feira, 18 de março de 2010

Let's Butterfly


É o amor que escorre uma vez mais por entre os dedos, dá de beber a teus sonhos e dá de comer aos teus anseios mais secretos, alimenta tua alma e depois se esvai num sopro de desapontamento, castigando teus sorrisos com o vil da humanidade. Mais uma vez noite em claro, olhos marejados, coração quebrado em milhares de cacos de cristal que cortam e ardem na carne e nunca mais serão remontados na mesma ordem. Vontade louca de tresloucar, pirar, pairar sobre a vida como se dela não partilhasse, sumir pra algum lugar ermo, onde não haja dor, nem espera, nem ânsias, nem olhares invasivos que mais tomam que oferecem. Novamente há curativos sobre tua pele, e mais uma vez vai passar. Mas dessa vez, talvez, quem sabe, o sulco profundo traga à tona aquela de ti que sonhava, a linda menina de olhos risonhos, olhar fulminante, mãos de princesa, boca de risos? Quem sabe não seja assim mesmo que Deus remonta a gente apontando o raro momento de ressurgir mais bela e pura, mais forte e sábia, mais inteira? Quem sabe não sejam cristais estilhaçados o mistério por trás do brilho que toma as asas das borboletas? Quem sabe os tons desses olhares perdidos no caminho de amores não se revelem mais tarde nas nuances de tuas asas? Querida, o que desejo agora é apenas haja catarse e que finalmente o casulo se rompa pra revelar essa maravilhosa borboleta! Minha Lelê, minha amada, minha Let's butterfly.

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